Torcedor paga R$ 1.000 e dribla trabalho para ver Coritiba no RJ

O amor pelo clube é algo que não se mede, e, para o torcedor que nunca viu sue time disputar um título nacional, o investimento é ainda mais prazeroso. Assim foi com Rafael Bitterman, fisioterapeuta, 29 anos, que tinha apenas 4 anos quando o Coritiba foi campeão brasileiro em 1985.

Quando o time alviverde venceu o Ceará e se garantiu na final da Copa do Brasil de 2011, Rafael não pensou duas vezes: na tarde seguinte já planejou a viagem ao Rio de Janeiro para acompanhar o primeiro jogo da final com o Vasco.

Para acompanhar o time do coração, um investimento de R$ 1.000 e pedido de substituição no trabalho. "Para mim não foi tão complicado porque sou autônimo", frisou o fisioterapeuta, que já fez outras viagens para acompanhar o time.

Mas, desta vez, o mais difícil era conseguir o ingresso - os amigos no Rio, entretanto, se responsabilizaram pela primeira parte da empreitada. E apesar de o Vasco ter enfrentado problemas com a venda de ingressos para sua torcida, para os visitantes foi mais tranquilo. A diretoria chegou a recolher os torcedores que foram a o São Januário comprar os bilhetes para evitar qualquer confusão com os visitantes.

Com ingresso garantido, passagens compradas e hotel reservado, a preocupação era com a hostilidade que ele e mais cinco amigos poderiam enfrentar na capital carioca. Mas a má fama de péssimo anfitrião que o Vasco carregou por anos ficou para trás quando chegaram ao estádio.

"Foi tranquilo, tinha vascaínos e coxas-brancas misturados. Não teve problema algum. E lá dentro liberaram as bandeiras, aí vimos que a festa seria legal", contou Rafael.

O resultado não foi o esperado: o 1 a 0 para os rivais não agradou, mas, nem assim, Rafael e seus amigos perderam a confiança ou deixaram para trás o sonho de ver o Coritiba campeão.

"Em Curitiba a gente vira. Tenho certeza absoluta disso pelo que o Coritiba vem fazendo até hoje neste ano. Já mostrou que é um time capaz, que tem chegada, não teme adversários e passa confiança total para a torcida", crê o fisioterapeuta.

E, apesar da derrota, valeu a pena tanto investimento e empenho? Rafael não titubeia ao responder e já planeja as próximas viagens, que podem sair muito mais caras.

"Se vale? Tenho que me programar para o ano que vem já para fazer viagem internacional para ver jogos da Libertadores. Pelo Coritiba não tem o que pague. Assistir à partida no estádio não tem nada igual. Não tem preço que pague estar ali", disse o fisioterapeuta, que foi presenteado no final da viagem, voltando no mesmo voo da delegação do Coritiba.

"Não sabíamos que seria o mesmo voo. Foi um presentaço quando vimos os atletas. A viagem foi bem divertida, deu pra ver o alto astral dos jogadores, não abaixaram a cabeça, sentiram o apoio da torcida. O clima deles está muito bom", contou empolgado o torcedor, que teve a companhia dos ídolos na viagem de volta, de uma hora e meia de duração.

Para o jogo da próxima quarta-feira, mudanças nos planos: Rafael diz que estará no Couto Pereira, mas a camisa que usou no São Januário está aposentada. A nova companheira ainda não está definida, mas vai ser escolhida na coleção de 200 camisas que tem em casa.

"Escolhi essa porque era a mesma que fui no Atletiba, deste ano, no Couto (vencido por 4 a 2), contra Palmeiras (6 a 0) e contra o Ceará (1 a 0). Mas está aposentada para o próximo jogo. Vou achar outra que seja da sorte", explicou Rafael, que espera um final de história diferente de 2009, quando foi ao Beira-Rio acompanhar a semifinal da Copa do Brasil e, na volta, viu o time ser eliminado. "Este ano é diferente, o time é outro, a motivação é outra. Em 2009 éramos zebra, este ano somos candidatos e favoritos. Mas não sou Mick Jagger, em 2007 fui campeão em Recife, contar o Santa Cruz", brinca o fisioterapeuta que acompanhou a conquista do título da Série B naquela temporada.