'Torres gêmeas' fazem Erick Silva sofrer na preparação para o UFC 142

Como diria o sábio poeta, o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário. A frase é clichê, mas se aplica perfeitamente na rotina de um lutador de MMA. E o poeta, no caso, é a sabedoria popular. Erick Silva é um bom exemplo. Depois de estrear no UFC com um nocaute arrasador para cima do compatriota Luis "Beição" Ramos, ele se prepara para enfrentar o afegão Siyar Bahadurzada no UFC 142, no dia 14 de janeiro, na Arena da Barra. Para chegar bem ao combate, ele treina diariamente com as "torres gêmeas" Josuel "Distak" e Rogério Camões, que admitem pegar no pé do lutador. Mas tudo com um único objetivo: obter mais um bom resultado.



Distak trabalha o MMA de Erick e monta sua estratégia de luta. Confiante no talento que tem em mãos, ele acredita que o pupilo pode ganhar uma chance de disputar o cinturão dos meio-médios (até 77kg) com mais duas vitórias na categoria. Já Rogério Camões, preparador físico do capixaba e de outras feras, como Anderson Silva, Rafael Feijão e Ronaldo Jacaré, é mais realista quanto ao título, mas faz questão de ressaltar as qualidades do lutador:

- O Erick é uma grande promessa. A gente trabalha com ele há bastante tempo e fez todo o trabalho para ele conquistar o cinturão do Jungle Fight, que foi o que deu credibilidade a ele para entrar no UFC. É um cara que luta com o coração e tem muita habilidade. Muita gente o compara ao Anderson Silva, até porque eles treinam juntos.
A rotina de Erick Silva é realmente pesada. Na parte da manhã, ele treina a parte técnica e tática por cerca de duas horas. Depois, vai para casa, onde se alimenta, descansa e dorme. Às 19h, volta para a academia para fazer a preparação física. Para Camões, o sofrimento é normal:



- Ele sofre muito. O atleta de alto nível tem que treinar no limite dele. E não é a conquista do cinturão, é a manutenção dele. A gente sabe que é muito difícil manter. Tem que ter maturidade e entender como funciona o MMA.
O próprio Erick se diz acostumado aos treinos pesados e se mostra consciente do trabalho que tem pela frente. Ele fala em "sofrimento saudável" e já pensa na recompensa:

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- Acho que o atleta tem que passar por isso, tem que ter o sacrifício para chegar na hora e conseguir fazer uma boa luta. Tem que cansar bastante e passar por essas dificuldades. Não tem jeito. Aqui não tem sido diferente. O Distak e o Camões têm me feito sofrer um pouquinho, mas é um sofrimento saudável. No meu caso, serei recompensado no dia 14 de janeiro.
A luta entre Erick Silva e o afegão Siyar Bahadurzada será válida pelo card preliminar do UFC 142, no Rio de Janeiro. O evento contará ainda com as lutas de José Aldo, que defende o cinturão dos penas (até 66kg) contra Chad Mendes, e Vitor Belfort, que encara Anthony Johnson.