Roth divide responsabilidades e vê futuro incerto no Inter

Três dias se passaram, e o técnico Celso Roth apresentou novas explicações para a derrota do Internacional para o Mazembe, na última terça-feira, pela semifinal do Mundial de Clubes. Dividiu responsabilidades e mostrou incerteza sobre a sua permanência no clube com quem tem mais poucos dias de contrato.

"Eu tenho contrato até dezembro. O Inter trocou de direção e já tínhamos conversado antes que iríamos conversar depois do Mundial. E assim vai ser", disse, lembrando que em janeiro Giovanni Luigi assumirá a presidência no lugar de Vitório Piffero.

Roth evitou assumir sozinho a culpa pelo fracasso e apresentou argumentos que levam a uma interpretação de que a sua permanência no clube é ainda mais complicada. Lamentou as saídas de Taison e Sandro após a conquista da Copa Libertadores, voltou a eleger a pontaria como principal vilã e distribuiu indiretas.
"A Inter e o Mazembe aproveitaram as oportunidades.Infelizmente não aproveitamos. Os torcedores estão doloridos, mas estamos muito mais, porque poderíamos fazer melhor em campo", disse, em uma clara crítica a um ataque que chutou 23 bolas ao gol e não marcou nenhuma vez.

Sobre o planejamento, defesa feroz. Para ele, o Inter acertou ao escalar reservas na reta final do Campeonato Brasileiro e a sequência sem agradar torcedores é culpa da memória pelas boas partidas nas semifinai e decisão da Copa Libertadores.

"Se desse certo, (o planejamento) seria o melhor do mundo. As escolhas, a preservação dos jogador em alguns jogos do Brasileiro, não tinha como ser diferente. Por uma razão simples. Jogamos quarta e domingo por dois meses, tínhamos que ter cuidados", justificou.

E deu continuidade aos argumentos. "O time não teve apresentações como o torcedor esperava porque criamos uma situação muito simples e somos culpados. Fizemos quatro jogos fantásticos (na Libertadores) e carregamos essa responsabilidade com mudanças de jogadores. Tivemos as saídas do Sandro e do Tayson. Passa por aí a lógica", disse.

Por último, reclamou do calendário. "O inter está com 77 jogos no ano e a Inter de Milão não chegou a 20. Pagamos por isso. Aí estão todos os argumentos, aceitem ou não", completou, sem antes comentar a pressão que recebe pela derrota. "A culpabilidade é sempre assim. Alguém sempre tem que estar puxando a fila, e sempre são vocês, não da imprensa, mas da opinião pública. Essa é a cultura que temos. O treinador que faz as escolhas", completou.