Em recuperação, Mari curte nova casa e vive seus dias de Garota de Ipanema
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Em recuperação, Mari curte nova casa e vive seus dias de Garota de Ipanema
A caminhada de aproximadamente 50 metros até o calçadão de Ipanema é pontuada por olhares. Uns discretos e outros nem tanto assim. Do alto de seu 1,90m, Mari anda com desenvoltura pelas ruas que passaram a fazer parte de sua rotina há poucos meses. Ostenta um visual praiano, um ar leve e já incorporou ao vocabulário gírias comuns no linguajar carioca. O tom da pele ainda destoa, mas ela se apressa em dizer que ficou sem pegar sol por duas semanas e que logo, logo o bronzeado estará em dia. O joelho direito também. A jogadora do Rio de Janeiro segue se dedicando ao trabalho de recuperação, após a cirurgia realizada no início de setembro. E a praia tem feito parte do processo.
Outro dia eu estava andando de muleta em direção à praia. Tinha sido liberada pelo médico, desde que ficasse com a perna para o alto, porque ele não queria que eu ficasse em casa. Aí, passou um homem de carro e disse: "Para jogar o joelho não está bom né, mascarada?". Mas para cada crítica há 30 elogios. Há um carinho muito grande. Aqui no Rio, homens e idosos me abordam muito. Dificilmente saio sem atender a pedidos de fotos. Sem contar que tem gente que entende mais de vôlei do que eu. Gosto muito desse bairro, onde tudo pode ser feito a pé. Em São Paulo se não tiver uma padaria você tem que ir a outro bairro. Hoje resolvo minha vida em dois quarteirões. Desde que me entendo por gente quis morar nessa cidade. Tendo praia, fico amarradona - disse.
Nascida em São Paulo e criada em Londrina, Mari mora agora num cartão postal. Cenário da Bossa Nova, reduto da famosa "Garota de Ipanema" e também de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Da história da canção composta em 1962 ela sabe pouco. Só mesmo que Helô Pinheiro foi a musa inspiradora. E se já inspira muita gente, Mari ainda não sabe. A única certeza que tem no momento é de que seu balanço a caminho do mar está bem diferente do da letra.
- Num doce balanço nem tanto, porque estou mancando. Estou no ponto e vírgula a caminho do mar - ri. - Não ligo para essa coisa de musa. Os meninos elogiam, mas respeitam muito. Nunca ninguém passou do limite. Se além de ser jogadora também agrado visualmente, melhor ainda. Aqui já ouvi de tudo, desde um "você é linda" até "gostosa" e "ótima jogadora". Agora só quero engrossar a minha perna para o joelho ficar forte.
A recuperação vai bem, obrigada. Tanto que Mari já conseguiu dar na semana passada os seus primeiros saltos, após três meses da cirurgia que a tirou do Mundial do Japão. A previsão inicial era de que o retorno se daria apenas seis meses depois. Mas o prazo tende a ser encurtado.
- Pelo andar da carruagem, no fim de janeiro já vou estar entre as 12 jogadoras, no banco de reservas. Ganhar a minha posição no time vai demorar mais um pouquinho porque tenho que voltar 100% para não atrapalhar o grupo. E a Suelle está indo bem na função. Estou me sentindo firme, fazendo tudo o que me pedem. E todos estão impressionados. Acho que a cirurgia do ombro (em 2005) foi mais trabalhosa e dolorida. Espero me recuperar logo para poder ajudar meu time a conquistar o título da Superliga.
Enquanto a rotina de viagens está suspensa, Mari aproveita para curtir a cidade. É frequentadora assídua do Baixo Gávea e não dispensa os passeios noturnos com as cachorrinhas Mel e Bextra. Também não vê a hora de poder voltar a jogar um vôlei de praia nas horas de folga.
- Em São Caetano não tinha como passear com cachorros à noite porque lá estavam roubando os bichos para vender depois. Aqui sempre faço isso. Antes da cirurgia eu também batia uma bola com Fabi, Sheilla e Mônica na areia. Atleta vê esse mar, uma rede e uma bola e não consegue ficar parado. Tinha dias que saía porradaria... Sabe como é, a gente não deixa de ser competitiva nunca. Gosto desse jeito carioca de preservar a saúde, gostar das coisas naturais. A galera corre, pedala, vem à praia. Tem mais essa coisa de cuidar do físico. Eu sempre fiz isso.
Mari se despede. Toma o caminho de casa e recebe os mesmos olhares de quando chegou ao calçadão. Tinha que levar Mel ao veterinário.
- Caraca, aí. Estou atrasada! - brinca, usando seu melhor "carioquês".
Outro dia eu estava andando de muleta em direção à praia. Tinha sido liberada pelo médico, desde que ficasse com a perna para o alto, porque ele não queria que eu ficasse em casa. Aí, passou um homem de carro e disse: "Para jogar o joelho não está bom né, mascarada?". Mas para cada crítica há 30 elogios. Há um carinho muito grande. Aqui no Rio, homens e idosos me abordam muito. Dificilmente saio sem atender a pedidos de fotos. Sem contar que tem gente que entende mais de vôlei do que eu. Gosto muito desse bairro, onde tudo pode ser feito a pé. Em São Paulo se não tiver uma padaria você tem que ir a outro bairro. Hoje resolvo minha vida em dois quarteirões. Desde que me entendo por gente quis morar nessa cidade. Tendo praia, fico amarradona - disse.
Nascida em São Paulo e criada em Londrina, Mari mora agora num cartão postal. Cenário da Bossa Nova, reduto da famosa "Garota de Ipanema" e também de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Da história da canção composta em 1962 ela sabe pouco. Só mesmo que Helô Pinheiro foi a musa inspiradora. E se já inspira muita gente, Mari ainda não sabe. A única certeza que tem no momento é de que seu balanço a caminho do mar está bem diferente do da letra.
- Num doce balanço nem tanto, porque estou mancando. Estou no ponto e vírgula a caminho do mar - ri. - Não ligo para essa coisa de musa. Os meninos elogiam, mas respeitam muito. Nunca ninguém passou do limite. Se além de ser jogadora também agrado visualmente, melhor ainda. Aqui já ouvi de tudo, desde um "você é linda" até "gostosa" e "ótima jogadora". Agora só quero engrossar a minha perna para o joelho ficar forte.
A recuperação vai bem, obrigada. Tanto que Mari já conseguiu dar na semana passada os seus primeiros saltos, após três meses da cirurgia que a tirou do Mundial do Japão. A previsão inicial era de que o retorno se daria apenas seis meses depois. Mas o prazo tende a ser encurtado.
- Pelo andar da carruagem, no fim de janeiro já vou estar entre as 12 jogadoras, no banco de reservas. Ganhar a minha posição no time vai demorar mais um pouquinho porque tenho que voltar 100% para não atrapalhar o grupo. E a Suelle está indo bem na função. Estou me sentindo firme, fazendo tudo o que me pedem. E todos estão impressionados. Acho que a cirurgia do ombro (em 2005) foi mais trabalhosa e dolorida. Espero me recuperar logo para poder ajudar meu time a conquistar o título da Superliga.
Enquanto a rotina de viagens está suspensa, Mari aproveita para curtir a cidade. É frequentadora assídua do Baixo Gávea e não dispensa os passeios noturnos com as cachorrinhas Mel e Bextra. Também não vê a hora de poder voltar a jogar um vôlei de praia nas horas de folga.
- Em São Caetano não tinha como passear com cachorros à noite porque lá estavam roubando os bichos para vender depois. Aqui sempre faço isso. Antes da cirurgia eu também batia uma bola com Fabi, Sheilla e Mônica na areia. Atleta vê esse mar, uma rede e uma bola e não consegue ficar parado. Tinha dias que saía porradaria... Sabe como é, a gente não deixa de ser competitiva nunca. Gosto desse jeito carioca de preservar a saúde, gostar das coisas naturais. A galera corre, pedala, vem à praia. Tem mais essa coisa de cuidar do físico. Eu sempre fiz isso.
Mari se despede. Toma o caminho de casa e recebe os mesmos olhares de quando chegou ao calçadão. Tinha que levar Mel ao veterinário.
- Caraca, aí. Estou atrasada! - brinca, usando seu melhor "carioquês".
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