"Problema de Tite", B. César abraça causa do técnico para 2011

DASSLER MARQUES
Direto de Itu
Bruno César teve um grande 2010: brilhou no vice-campeonato paulista do Santo André e foi a revelação do torneio estadual. Chegou sem sentir o peso da camisa no Corinthians, estreou fazendo gol e virou referência na Série A. Estreou no final de maio e, mesmo assim, foi o artilheiro corintiano na temporada com 14 gols e ainda ofereceu seis assistências. De quebra, também foi a revelação do Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, ele sabe que precisa melhorar em dois aspectos que Tite considera fundamentais: a capacidade física e a versatilidade.
Mesmo sendo a referência do Corinthians em vários momentos do Brasileiro, Bruno César teve dificuldades físicas muito grandes durante a competição - o que ajuda a explicar por que, em 30 jogos começados entre os titulares, ele só tenha completado 90 minutos em 15. Esse assunto era tratado com cuidado pela comissão técnica, que sempre evitou expor publicamente a baixa resistência do atleta. Prova disso é que, em sete partidas sob o comando de Tite, Bruno não completou 90 minutos em nenhuma ocasião. Por isso, ele trabalhou duro ao longo das férias.
"Corri bastante no bosque. Todos os dias, estava correndo. Fui para a praia e também corri. Acho que quem tem a ganhar com isso é a gente. E isso foi muito bom para mim. Já tinha feito no ano passado no Santo André, agora fiz de novo", conta Bruno César.
A sessão diária de corrida era de 40 a 45 minutos em Americana, cidade vizinha à Santa Bárbara d¿Oeste, onde nasceu. Em dezembro, em entrevista exclusiva ao Terra, Tite havia admitido a queda de Bruno sempre após o intervalo das partidas. "Concordo sobre isso, mas é uma situação interna e não quero responder o motivo", disse sorridente.
O esforço de Bruno César é um pedido pessoal do treinador, que tem planos importantes para ele em 2011. No sistema de jogo do Corinthians, Bruno joga centralizado na armação de jogadas enquanto os lados do campo são preenchidos, no ataque, por Dentinho e Jorge Henrique. Tite imagina que Bruno César possa também atuar aberto, mas as exigências físicas para essa função são muito maiores. O lateral adversário, naturalmente, precisa ser marcado. Daí o fato de o corintiano ter se empenhado nas férias.
Ao contrário do que se pode supor, a cobrança de Tite é bem recebida por Bruno César. Na última sexta-feira, o meia falou com carinho a respeito do comandante. "Ele é um paizão e conquistou a gente nos oito jogos finais do Brasileiro. Ele recuperou nossa confiança, já caiu nas graças. É um excelente treinador que fez história por onde passou, como Grêmio e Internacional. Ele conversou comigo, disse que eu estava mal fisicamente. Me pediu que treinasse nas férias e fiz o que ele me pediu", confirmou Bruno.
Até mesmo os descontentamentos com posicionamento parecem parte do passado para o jogador. Com Adílson Batista, Bruno César chegou a reclamar dos pedidos para que preenchesse o lado do campo e argumentou que seu lugar era centralizado, na armação. Mais maduro, não deve reclamar novamente. "O Tite conversa muito e é muito bom trocar informações. Com o Mano e o Adílson também havia diálogo, mas ele ganhou o elenco muito rápido", explicou.