Favorita ao penta, Marta busca consagração no ano do Mundial

Com destaques individuais em baixa, o Brasil não terá, pelo terceiro ano consecutivo, um representante na disputa pelo prêmio de melhor jogador do mundo, concedido pela Fifa. O País, que venceu com Kaká em 2007, só é salvo na categoria feminina, na qual Marta, quatro vezes vencedora, é a grande favorita. A premiação da entidade máxima do futebol ocorrerá nesta segunda-feira, a partir das 16h (de Brasília), em Zurique, na Suíça.
Vencedora do troféu entre os anos de 2006 e 2009, Marta, que atualmente joga pelo Santos durante a folga da Liga Americana de Futebol, terá como concorrentes as alemãs Birgit Prinz e Fatmire Bajramaj. Entre os homens, os rivais são os espanhóis Xavi Hernandez e Andrés Iniesta e o argentino Lionel Messi, todos do Barcelona.
Marta ganhou o seu primeiro troféu de melhor jogadora do mundo em 2006, quando tinha apenas 20 anos. Desde então, só aumentou o seu status no futebol feminino, não tendo, individualmente, uma concorrente à altura. Em 2010, a jogadora conquistou a Liga Americana de Futebol, título que faltava em seu currículo, pelo Gold Pride, sendo a artilheira isolada, com 19 gols.
Entretanto, o ótimo desempenho dentro de campo ainda não fez com que a brasileira conquistasse os principais títulos do mundo pela Seleção. No Mundial de 2007 e na Olimpíada de 2004 e 2008, a queda do Brasil aconteceu justamente na decisão, duas vezes contra os Estados Unidos (2004 e 2008) e uma contra a Alemanha (2007).
Em 2011, a jogadora terá a oportunidade de quebrar esse histórico de decepções no Mundial da Alemanha, que será realizado entre os dias 26 de junho e 17 de julho. O time anfitrião, aliás, foi responsável pelo pior momento de Marta em uma decisão. Em 2007, na final contra as alemãs, a brasileira teve a chance de empatar a partida quando o Brasil perdia por 1 a 0, aos 17min da segunda etapa, mas desperdiçou um pênalti e viu as adversárias aumentarem o placar para 2 a 0, consagrando-se bicampeãs mundiais.
Na competição deste ano, o Brasil caiu no Grupo D, com Noruega, Austrália e Guiné Equatorial. A estreia será contra as australianas, no dia 29 de junho, em Moenchengladbach.
Unificação:- A partir deste ano, o prêmio de melhor jogador do mundo da Fifa foi unificado com o da Bola de Ouro, tradicional troféu entregue pela revista francesa France Football desde 1956. Dessa forma, a entidade que comanda o futebol mundial conseguiu evitar divergências entre os resultados das premiações, o que ocorreu em sete das 19 oportunidades em que os troféus coincidiram, a partir de 1991.
Na categoria masculina para o melhor de 2010, a Copa do Mundo da África do Sul deve ser decisiva para definir o ganhador, já que, nas quatro oportunidades em que a premiação da Fifa ocorreu no ano do Mundial, os vencedores sempre foram os destaques das equipes campeãs: em 1994, o brasileiro Romário; em 1998, o francês Zinedine Zidane; em 2002, o brasileiro Ronaldo; e em 2006, o italiano Cannavarro.
Em 2010, a possibilidade de que este histórico seja mantido é grande, já que Xavi e Iniesta, entre os três finalistas, foram fundamentais para a conquista da primeira Copa do Mundo da Espanha. "Intruso" na premiação, o atual vencedor Lionel Messi tem diminuídas as suas chances de conquistar o bicampeonato, já que não repetiu o mesmo nível de atuações que demonstrou no Barcelona na seleção argentina, que foi eliminada nas quartas de final da Copa do Mundo. Entre os espanhóis, que comandam o meio de campo, tanto do Barcelona quanto da seleção de seu país, Iniesta leva pequena vantagem sobre Xavi pelo simbolismo do gol marcado na final da Copa, contra a Holanda, já no segundo tempo da prorrogação, que garantiu a conquista do Mundial.
Nos outros prêmios que serão atribuídos pela Fifa em sua festa de gala, a principal novidade será o troféu para os melhores técnicos de 2010, que estreará nesta edição. Entre os homens, lutam pelo título o português José Mourinho (Inter de Milão/Real Madrid) e os espanhóis Pep Guardiola (Barcelona) e Vicente Del Bosque (seleção da Espanha). No feminino, as finalistas foram Maren Meinert (seleção alemã Sub-20), Pia Sundhage (seleção dos EUA) e Silvia Neid (seleção da Alemanha).