Bernardinho baixa a guarda para ‘tropa’ mirim em festa de escolinha

Há três anos o esporte passou a fazer parte da vida de 250 crianças da comunidade Tavares Bastos, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Graças a uma parceria entre Bernardinho e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), um projeto social da região oferece aulas de vôlei para meninos e meninas entre 7 e 13 anos. Na festa de fim de ano da escolinha, nesta quinta-feira, o técnico da seleção masculina fez a alegria da criançada. Bem distante do ar rígido habitual, o treinador brincou, distribuiu autógrafos e entregou presentes de Natal.

- Aqui, são eles que comandam - avisa o técnico Bernardinho, cercado de crianças, na quadra localizada no centro da comunidade.



Esbanjando simpatia, o idealizador do projeto social cumprimentou carinhosamente cada um dos alunos de sua escolinha.
- Tudo mundo precisa de oportunidade. Eu tive oportunidade. Então, como não dar também? As comunidades pacificadas querem e precisam de esporte – disse Bernardinho, que tem a intenção de repetir o projeto em outras comunidades.



Integração é uma das principais preocupações do treinador. Um exemplo disso é que as crianças do projeto têm aula uma vez por semana com os alunos de sua escolinha no clube particular Hebraica, também no bairro de Laranjeiras. Com a bola na mão, dividindo uma mesma quadra, é possível passar a noção de igualdade, independentemente da classe social. E os alunos já estão aprendendo a lição que vai além dos ensinamentos técnicos do esporte.
- Eles também moram em Laranjeiras, então poderiam ficar tristes em ver a gente de tênis, praticando um esporte e eles não. Por isso, acho importante essa integração. Eu acho legal fazer aula com eles – disse João Pedro Saldanha, aluno de 12 anos da escolinha particular.




A meta principal do projeto é dar uma ocupação para as crianças da comunidade e passar valores importantes através do esporte. Mas nada impede, porém, que grandes talentos não surjam dali. Prova disso é que algumas crianças já estão competindo.
- Antes desse projeto, eu nem sabia o que era vôlei. Mas, desde o primeiro dia da escolinha, eu estou aqui e acabei me apaixonando. Agora, sou atleta do Botafogo e quero ser jogadora de vôlei - disse Ana Lívia Hilário, de 12 anos.