Legalização dos bingos começa a ser votada na Câmara

por **GSB BRASIL** Qua Dez 15, 2010 12:22 am

O tema é polêmico e não encontra consenso na Câmara, mesmo assim, uma reunião de líderes decidiu colocar na pauta desta terça-feira (14) o projeto que legaliza a atividade de bingo e videobingo no Brasil.

A votação começou por volta das 18h15 e contava com quorum de aproximadamente 330 deputados. Esta é uma das raras sessões em que o resultado é imprevisível, uma vez que os partidos deixaram seus parlamentares à vontade para decidir pela legalização ou não da atividade.

- Esse é o tipo de matéria que o plenário pode mudar de posição. É raro acontecer isso aqui. Mas o PSDB é contra. O projeto não traz nenhuma inovação que justifique o sistema. Nós estamos legalizando o sistema que existia antes e que não deu bom resultado.

A votação dos bingos esteve ameaçada por um grupo de deputados que pressionavam pela aprovação do Código Florestal, projeto que prevê anistia para desmatadores, entre outros pontos. No entanto, o acordo entre as lideranças deixou de fora a matéria justificando que o tema deverá ser discutido pelo próximo governo.
Polêmica

César Mattar Júnior, presidente da Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público), diz que o projeto é polêmico e que a discussão deveria ser mais ampla, incluindo a sociedade civil. Ele acredita que os deputados sofrem forte lobby do setor.

- Nós temos projetos mais urgentes para serem votados na Casa. [...] Eu não vejo razão nenhuma para que, no apagar das luzes, um projeto dessa envergadura, importante, que terá repercussão social ímpar, seja aprovado da forma que é aprovado.

O deputado Paulinho da Força (PDT-SP) explica que o faturamento das casas de bingo permanente serão repartidos entre a saúde (14%), esporte, segurança e cultura (1% cada). Ele declarou que o sistema de fiscalização será capaz de inibir a lavagem de dinheiro.

- Tem toda uma fiscalização, um sistema online interligado com a Receita Federal que não teria como fazer lavagem. Além disso, quando tiver qualquer irregularidade, há pena de prisão de até cinco anos.